Que tipo de crime você comete? Doloso ou culposo?

Por: Movimento Via Cidadã

21/02/2025

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Sempre que falamos que nosso país vai mal, que a criminalidade está tomando conta da sociedade como um câncer e que a corrupção devasta nossas instituições, logo imaginamos os culpados: políticos engravatados, empresários inescrupulosos, esquemas milionários desviando dinheiro da saúde, da educação e da segurança pública.

E de fato, eles existem e cometem crimes com dolo, com plena consciência do mal que estão causando à nação.

Mas e você? Já parou para se perguntar qual é o seu crime?

A corrupção não se sustenta sozinha. Ela precisa de um ambiente fértil para crescer — e esse ambiente é a passividade da sociedade. Nossa negligência, nossa omissão e nosso silêncio são o oxigênio que alimenta o sistema corrupto e a ineficiência causada pela imperícia e imprudência dos nossos gestores públicos.

No direito penal, o crime é doloso quando há intenção clara de cometê-lo e culposo quando ocorre por negligência, imperícia ou imprudência.

Agora pense:

• As escolas estão caindo aos pedaços? Sim, tem um político corrupto por trás disso, mas também tem uma comunidade que não exige prestação de contas, que não cobra da gestão escolar, que não comparece às reuniões, que não quer se incomodar.

• Os hospitais estão sem médicos, sem remédios, sem estrutura? Sim, há esquemas sujos de desvio de dinheiro, mas também há uma população que aceitou que esse descaso se tornasse normal.

• A violência cresce, os criminosos se tornam mais poderosos? Sim, há agentes públicos envolvidos, um sistema que faz vistas grossas, mas também há cidadãos que fingem que não veem, que desviam o olhar, que acham que isso é “problema dos outros”.

E o pior: há aqueles que negociam diretamente com os corruptos, financiando esquemas escusos. Empresários que pagam propina para garantir contratos superfaturados, comerciantes que fraudam notas fiscais, eleitores que trocam votos por favores.

“É só um jeitinho”, dizem. Mas esse jeitinho é o que impede escolas de funcionarem, hospitais de atenderem e a segurança de existir.

A corrupção, a imperícia, a imprudência e a negligência não são apenas culpa do seu voto, mas do seu silêncio.

Sua falta de participação, sua indiferença e a imprudência na escolha dos seus representantes criam o terreno perfeito para que tudo continue como está. O Brasil chegou a esse ponto porque muitos escolheram não se envolver, como se o problema não fosse deles. Mas ele é.

Cada vez que deixamos de fiscalizar, de questionar, de exigir mudanças, assinamos um contrato de conivência com aqueles que destroem o país.

É um crime sem punição oficial, mas que cobra seu preço:

• Na escola sem professor para o seu filho.

• No hospital sem leito para sua mãe.

• Na violência que bate à sua porta.

E agora? Você ainda acha que não tem culpa?

O Que Você Pode Fazer?

A boa notícia é que temos o que fazer, e só depende de cada um de nós. A lógica da corrupção pode ser quebrada. Mas não por milagres, nem por um salvador da pátria.

A mudança começa quando você decide que não será mais cúmplice.

• Pare de ignorar. Informe-se, leia, questione.

• Pare de achar que “política não é coisa sua”. É sim. Tudo na sua vida é afetado por política.

• Exija prestação de contas, cobre transparência.

• Não negocie seu voto. Não troque dignidade por favor.

• Participe. Vá às reuniões da escola do seu filho, fiscalize os gastos do posto de saúde do seu bairro, converse com seus vizinhos.

E para começar, venha participar do Movimento Via Cidadã. Acesse: movimentoviacidada.com.br

Afinal, a mudança que você espera do Brasil começa com a mudança da sua própria postura.

Pau na máquina!!!

Artigo escrito por Paulo Cavalcanti