O bairro do Beiru, em Salvador, deu início a uma nova etapa de mobilização social com a realização da primeira oficina do Projeto MOVA – Mobilização pela Valorização do Beiru. A atividade aconteceu no dia 15 de maio, na Paróquia Espírito Santo, durante a Mobilização Musical da Associação Mosaico de Amor, e reuniu cerca de 20 participantes, em sua maioria adolescentes, além de adultos e idosos da comunidade.
Idealizado pelo Catalisa Cidades e realizado em parceria com o Movimento Via Cidadã, a Associação Mosaico de Amor, escolas, instituições religiosas e organizações da sociedade civil do bairro, o MOVA tem como objetivo fortalecer a cidadania, melhorar a qualidade de vida local e estabelecer o Beiru como referência de transformação comunitária.
Na oficina inaugural, os jovens participantes foram convidados a refletir sobre dois eixos centrais: a importância da participação cidadã e a prática da comunicação não violenta. A dinâmica “Árvore dos Sonhos” abriu o encontro, propondo que os participantes compartilhassem seus desejos para o futuro. A mediação mostrou como esses sonhos, como melhores escolas, mais segurança, oportunidades de trabalho e cultura, estão diretamente ligados à atuação política e ao envolvimento da comunidade nas decisões que moldam o território.
“A oficina foi um momento muito potente de escuta e construção coletiva. Os jovens perceberam que seus sonhos só vão se concretizar se eles mesmos ocuparem os espaços de decisão e aprenderem a dialogar com respeito e estratégia”, relata Júlia Carolina Carvalho, fundadora do Catalisa Cidades, mobilizadora do Via Cidadã e idealizadora do projeto.
Além do debate, a oficina ofereceu orientações práticas sobre como se comunicar de forma respeitosa e eficaz em ambientes de divergência, com atividades para exercitar o diálogo construtivo. A iniciativa busca lançar as bases para um novo tipo de relação entre os moradores do Beiru e o poder público, marcada pela cooperação, corresponsabilidade e engajamento.
Para Paulo Cavalcanti, fundador do Movimento Via Cidadã, o projeto representa “a semente de uma nova consciência social que permite transformações realmente profundas”. Segundo ele, “as verdadeiras mudanças nascem da educação cidadã e florescem quando cada pessoa entende que a vida em comunidade também é sua responsabilidade”.
As oficinas do MOVA seguirão ao longo dos próximos meses, culminando no 1º Fórum Popular de Educação do Beiru, que reunirá moradores, lideranças locais e representantes do poder público para propor caminhos concretos de transformação a partir da força da própria comunidade.
