Transformação de empreendedores informais em formais, com acolhimento e dignidade, visando formar e estimular a percepção profissional e de liderança cidadã. Com este propósito, o Projeto Marsúpio realizou a aula de encerramento da sua primeira turma, composta por mulheres do Subúrbio Ferroviário de Salvador, na tarde desta terça-feira (21), no Mosteiro do Salvador, no bairro de Coutos.
O curso foi desenvolvido pela Universidade Aberta da Associação Comercial da Bahia (UniACB), em parceria com a Fundação Paulo Cavalcanti e participação da União de Mulheres Empreendedoras de Salvador (UMES). Durante as atividades, as empreendedoras tiveram acesso a qualificação e profissionalização em áreas como Plano de Negócios, Finanças, Marketing Digital, Constituição e Legislação, Liderança e Cidadania, além de Recomposição de Aprendizagens e Alfabetização Digital.
Empreendedora no ramo de alimentação, Marilúcia Couto participou do curso e falou com entusiasmo sobre os benefícios que já percebeu com os conteúdos aprendidos sobre alfabetização digital e de linguagem.
“Foi um curso muito proveitoso. Havia várias coisas que eu não tinha noção, como fazer um post, usar os aplicativos ao meu favor para copiar os modelos e poder fazer um card. Sem falar nos vícios de linguagem, já que às vezes a gente fala as coisas ou até escreve sem ter a noção de que estamos cometendo gafes. O que eu pude aprender e assimilar está me ajudando bastante”, descreveu.
Já Sandra Santos, que trabalha com terços personalizados e confeitaria artesanal, disse que no início ficou “meio receosa, mas quando teve a primeira reunião viu renascer a sua esperança. Por que eu digo esperança? Porque eu já estava desistindo, sem força e sem coragem para lutar pelos meus sonhos e meus objetivos. E não estava mais acreditando em nada”.
“Eu jamais iria imaginar que um dia teria formalização. E o Marsúpio me apresentou esta possibilidade, nos dando atenção, com pessoas que não nos deixam órfãs. A cada necessidade que temos, podemos contar sempre com eles. Então, a minha palavra pelo Marsúpio é gratidão. Para a minha empresa está sendo muito enriquecedor tê-los como parceiro. Eles acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava mais. Eles acreditaram em mim primeiro”, agradeceu.
Consultor técnico do Projeto Marsúpio, Adriano Câmara acrescenta que o curso traz também a percepção de pessoas mais conhecedoras dos seus deveres, benefícios e direitos, atentas às oportunidades e sensíveis às vantagens de trabalhar em cooperação, quebrando um paradigma que é o do isolamento empresarial, sobretudo nas empresas de micro e pequeno portes.
“As próximas etapas são a da apropriação, por parte delas, dos benefícios da inteligência artificial aliada ao negócio, facilitando o acesso à informação em tempo real e auxiliando na tomada de decisão, além de consultoria e acesso ao crédito como fatores de desenvolvimento da empresa e do negócio”, complementou.
Como detalhou o coordenador da UniACB, Ney Campello, oferecer recomposição de aprendizagens e alfabetização digital para estas mulheres “pode proporcionar, para além dos conhecimentos técnicos específicos adquiridos, uma leitura de mundo crítica, cidadã, que vai auxiliar essas líderes ao desenvolvimento dos seus negócios, mas também das suas próprias existências”.
Idealizador do Projeto Marsúpio, Paulo Cavalcanti disse que a primeira turma serviu como piloto, para que a ideia de utilizar as ferramentas de inteligência artificial como instrumento transformador seja aperfeiçoada e disponibilizada em todo o país, como política de Estado.
“É um movimento transformador, ver no semblante de cada uma destas mulheres a autoestima cidadã estampada, se sentindo empresária, pertencente a esta nação, entendendo que fazem parte do sistema, pagam seus impostos e dependem apenas no suor de seus rostos, das suas lágrimas, das suas ideias e da capacidade que elas têm de transformar suas vidas e a de suas famílias”.
