Paulo Cavalcanti recebe prêmio de Cidadão Voluntário 2025 na Cãmara de Vereadores de Salvador

Por: Movimento Via Cidadã

11/12/2025

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A Câmara Municipal de Salvador realizou na manhã desta sexta-feira (05/12/25), no Plenário Cosme de Farias, a sessão especial que marcou o retorno, após 13 anos, do Prêmio Cidadão Voluntário Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Instituída pela Resolução nº 1.629/2005, a homenagem reconhece personalidades que dedicam suas vidas à solidariedade e à transformação social. A sessão ocorreu no Dia Internacional do Voluntário e reuniu lideranças políticas, representantes do terceiro setor, instituições filantrópicas e familiares dos homenageados.

Autor da iniciativa, o vereador Téo Sena (PSDB) abriu a solenidade destacando o simbolismo da data e o papel histórico da Santa Casa da Bahia.

“A Santa Casa da Bahia se confunde com a própria história de Salvador: fundada em 1549, nasceu em uma construção simples de taipa e palha que abrigou o primeiro hospital do estado e, por quase dois séculos, foi a única porta aberta para quem não tinha a quem recorrer. Ao longo de 470 anos, nunca deixou de ser casa de acolhimento, cuidado e esperança. Modernizou-se, buscou caminhos mesmo quando as doações diminuíram e tornou-se uma das instituições filantrópicas mais sólidas e respeitadas do Brasil, servindo na saúde, na educação, na assistência social, na cultura e na pesquisa, sempre guiada pelas 14 obras da misericórdia”, afirmou o parlamentar.

Para o vereador, o prêmio reafirma a identidade de quem serve: “Ao homenagear o cidadão voluntário, reafirmamos a identidade de quem estende a mão onde o poder público não alcança. Salvador só é grande porque tem gente grande dentro dela.”

Entre os agraciados desta edição está Isabela Suarez, presidente da Fundação Baía Viva e da Associação Comercial da Bahia. Em sua fala, ela ressaltou o caráter coletivo da honraria.

“Receber o título de cidadão voluntário é uma alegria que eu compartilho com toda a equipe da Fundação Baía Viva e também com as comunidades. Se hoje eu recebo esse reconhecimento, é porque ele é uma conquista de todos que optam pela preservação, pelo bom desenvolvimento do nosso território e, acima de tudo, reconhecem que existe um Brasil que nos separa: o Brasil dos que têm oportunidade e dos que não têm.”

Também homenageado, Paulo Cavalcanti, fundador da Fundação Paulo Cavalcanti e do Movimento Via Cidadã, destacou a dimensão cidadã do voluntariado.

“É uma satisfação imensa ver quanta gente quer a transformação, e isso reforça o que sempre digo: não existe sustentabilidade sem dignidade da pessoa humana.”

Ele lembrou o trabalho de mobilização por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, defendendo que a força coletiva deve avançar para mudanças estruturais.

“Se já fazemos tanto individualmente, podemos fazer muito mais coletivamente. Na França, 66% das doações podem ser abatidas diretamente do imposto de renda. Aqui, ainda precisamos de uma lei neste sentido. Por isso peço que abracemos esse movimento: não é sobre concorrência entre as iniciativas, é sobre coordenação, consciência cidadã e exercício real da democracia participativa. Somos mais fortes do que percebemos.”

Encerrando as falas dos homenageados, Rosina Bahia, presidente de honra da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, ressaltou a importância do reconhecimento público ao trabalho voluntário.

“Todos saímos daqui engrandecidos, enriquecidos e com mais vontade de agir. O voluntário legitima a instituição à qual serve: ninguém doaria tempo, vida, saberes e fazeres a entidades que não fossem meritórias.”

Rosina também recordou sua trajetória familiar ligada às obras sociais de Salvador e sua própria caminhada na Liga, assumida aos 49 anos e mantida por quase três décadas em atuação voluntária. “O pouco que pude fazer segue o caminho que aprendi em casa, com meus avós e pais. Tudo é feito com abnegação. E sigo, hoje como presidente de honra, mantendo meu compromisso com os trabalhos sociais.”

Além dos quatro oradores, foram homenageados Miguel Brandão, médico voluntário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid); Heliana Diniz, presidente do Instituto de Cegos da Bahia (ICB); José Roberto Caldas Pinto, fundador da Sócio-Ambientalista Pró-Mar; Paulo Brito dos Santos, presidente do Abrigo Lar Amor e Vida; Joseemison Patrício dos Santos (Emo), presidente da Associação de Garantia ao Atleta Profissional da Bahia (AGAP); Adenison Santos de Jesus, professor do Projeto Esportivo Arraial-Madri; e Gabriel Kosminsky Weber, voluntário das Osid.

Os nomes desta edição foram escolhidos pela comissão especial de seleção e julgamento, instalada oficialmente no Diário Oficial do Legislativo municipal e formada por Soraia Ferreira, representante da Santa Casa de Misericórdia da Bahia; Sara Santiago, representante da Câmara Municipal de Salvador; Leonel Jardim Neto, representante do setor privado; Sérgio Nogueira Reis, representante da sociedade civil organizada; e Edmilson Machado, representante da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).

Com a retomada da premiação, o Legislativo municipal reforça a centralidade do voluntariado na construção de uma cidade mais justa. Como dito durante a cerimônia, “a caridade não é um ato isolado, é um caminho de vida.”