Parque Marinho da Barra pode virar referência internacional com modelo baiano de gestão participativa, cultura oceânica e inovação ambiental

Por: Movimento Via Cidadã

14/05/2025

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Parque Marinho da Barra pode virar referência internacional com modelo baiano de gestão participativa, cultura oceânica e inovação ambiental

Salvador, 13 de maio de 2025 – Em pleno Dia da Fraternidade Brasileira, o Goethe-Institut Salvador-Bahia foi palco do 8º episódio da série Diálogos Ecossistêmicos, realizado no espaço KreativLab. A iniciativa é da Associação de Mulheres do Mar – AMMAR, por meio de sua Diretoria de Sustentabilidade, coordenada por Jacqueline Moreno e Adriana Muniz, com apoio institucional da Wilson Sons, Village Itaparica e do próprio Goethe-Institut.

O evento marcou um novo capítulo na construção do Plano Participativo de Fiscalização, Proteção e Educação Ecossistêmica do Parque Marinho da Barra, reunindo representantes da sociedade civil, coletivos, universidades, estudantes, órgãos públicos, iniciativa privada e especialistas em gestão costeira, economia circular, turismo, comunicação e políticas públicas.

“Este oitavo episódio sela o marco de um novo tempo. Vamos colocar em prática o manejo do parque e atrair o setor empresarial para parcerias de alto impacto socioambiental e de visibilidade de marca”, afirmou Jacqueline Moreno, educadora e diretora de Sustentabilidade da AMMAR. “Trouxemos à tona reflexões profundas e inspiradoras sobre o projeto Fundo da Folia e o Parque Marinho da Barra”, acrescentou Agatha Wicks, presidente da AMMAR.

O encontro reafirmou a proposta de um modelo inédito de gestão ecossistêmica com identidade baiana, fundamentado na governança azul, nos saberes tradicionais e na inteligência coletiva.“ A governança participativa é o único caminho possível para se construir uma base sólida para o desenvolvimento”, destacou Adriana Muniz, conselheira dos Notáveis da AMMAR e membro da ASG (Ambiental, Social e Governança) do Village Itaparica. “A imprensa tem papel fundamental na cobertura de ações sustentáveis, dando vez e voz à sociedade civil”, completou Adriana Medeiros, gestora de Comunicação da Wilson Sons.

Prefeitura e educação oceânica: pilares essenciais para a governança

Para que o plano gere impacto real, é essencial que a Prefeitura de Salvador assuma cada vez mais o protagonismo na coordenação intersetorial e na integração de políticas públicas, sobretudo na área da educação. A inclusão da cultura oceânica no currículo das escolas municipais da região é estratégica para formar novas gerações conscientes sobre a importância dos ecossistemas marinhos. As instituições de ensino que adotarem essa abordagem poderão integrar a Rede das Escolas Azuis, conectando território, cidadania e conservação, em sintonia com os princípios da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (ONU).

“A participação efetiva do Conselho e da sociedade civil amplia as possibilidades de tomada de decisão e visibilidade para essa unidade de conservação”, reforçou João Resch, diretor geral de Gestão do SAVAM/SECIS. “É um momento essencial para conectar pessoas, instituições e ações em torno de um projeto estratégico para a cidade”, pontuou Bernardo Muss, articulador do movimento Fundo da Folia. “Posso resumir esse encontro como uma oportunidade para reflexões e construção coletiva sobre governança marinha, valorização dos ecossistemas costeiros e articulação entre setores para uma conservação mais efetiva.”, adicionou Luana Pimentel, Diretora de Relações Institucionais e ESG da 2tree Ambiental.

Inovação tecnológica e fortalecimento dos guardiões do mar

Entre as proposições destacadas, estão o fortalecimento de um Conselho Gestor Participativo, com presença ativa de comunidades, universidades, governo e empresa, assim como a criação de um Fórum Ecossistêmico Permanente, como espaço contínuo de diálogo e cocriação;
lançamento do Fundo de Investimento da Folia, com apoio de grandes marcas, para fomentar educação ambiental, fiscalização participativa e valorização da cultura local.

Uma das inovações mais promissoras é a criação de uma Guarda Ambiental Comunitária, equipada com drones, boias inteligentes e canais digitais de denúncia. Os Guardiões Voluntários, que já atuam na conservação marinha, receberão formações técnicas e valorização financeira pelos serviços prestados. “Estamos dando um passo importante para a construção de uma rede em prol do Parque Marinho da Barra e áreas adjacentes”, afirmou Alexandra De Nicola, do Núcleo de Pesquisa em Economia Circular da UFBA.“São conexões que aproximam entidades e pessoas comprometidas com a proteção e o desenvolvimento do parque”, reforçou Umeru Bahia, da iniciativa Recicla+.

Educação, arte e turismo sustentável como eixos transformadores

O plano prevê ainda a criação do Núcleo de Educação Ecossistêmica TransforMAR, com sedes no Porto e no Farol da Barra, oferecendo oficinas, arte-educação, exposições ambientais e eventos culturais. Jovens, artistas, mestres populares, integrante de comunidades e influenciadores atuarão como Embaixadores do Parque, promovendo a cultura oceânica de Salvador para o Brasil e o mundo.

O diálogo com o setor náutico e portuário será ampliado, com foco em um modelo de turismo sustentável e regenerativo. Todos os avanços serão acompanhados por meio de uma plataforma digital de dados abertos, com indicadores reunidos no relatório anual “Verão a Verão”, garantindo transparência, controle social e corresponsabilidade. “Com alma baiana e visão planetária, o modelo proposto para o Parque Marinho da Barra tem potencial de replicação em outros territórios costeiros do Brasil e do mundo. Salvador se posiciona, assim, como um polo de inovação ambiental, governança participativa e compromisso com as futuras gerações. O MAR é o protagonista. É para ele e por ele. MAR é vida. Vamos em frente”, concluiu Márcio Lopes, do coletivo Fundo da Folia.

Informações adicionais: Jacqueline Moreno (71) 99654-8772 e Adriana Muniz (71) 98781-0964