G20 no Rio: o que é? Quem vem? O que vai acontecer? Saiba tudo sobre o evento

Por: Movimento Via Cidadã

14/11/2024

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Pela 1ª vez realizado no Brasil, encontro reúne as principais economias do mundo para criar propostas sobre temas de interesse global. Cúpula será nos dias 18 e 19/11, mas o G20 Social, o U20 e o Aliança Global Festival já movimentam a cidade a partir de quinta (14).

De quinta-feira (14) até terça (19), o Rio receberá o G20, o encontro das principais economias do planeta, pela primeira vez realizado no Brasil.

A capital fluminense foi a cidade escolhida para receber a Cúpula dos Líderes do G20, com os chefes de Estado, na segunda-feira (18) e na terça (19), e também a intensa programação paralela, a partir desta quinta (14): Cúpula do G20 Social, Urban 20 e Aliança Global Festival.

São aguardadas 55 delegações de 40 países e de 15 organismos internacionais. Entre os confirmados estão os presidentes de Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping.

Mas o que é o G20? Quais países participam? O que ele define? Como serão os eventos? Qual o papel do Brasil? O g1 separou algumas questões sobre a cúpula. Veja abaixo.

O que significa G20?

É a abreviação para “Grupo dos Vinte”, um “clube” de cooperação internacional, que discute iniciativas para promover melhorias econômicas, políticas e sociais nas nações que fazem parte dele.

Esse “clube” negocia acordos ao longo do ano e os assina justamente no último dia da reunião de cúpula.

Quem faz parte do G20?

São 19 nações…

  1. África do Sul
  2. Alemanha
  3. Arábia Saudita
  4. Argentina
  5. Austrália
  6. Brasil
  7. Canadá
  8. China
  9. Coreia do Sul
  10. Estados Unidos
  11. França
  12. Índia
  13. Indonésia
  14. Itália
  15. Japão
  16. México
  17. Reino Unido
  18. Rússia
  19. Turquia

… mais a União Africana e a União Europeia.

Quem vem?

Joe Biden, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, confirmaram presença. Vladimir Putin, da Rússia, avisou que não vem – deve ser representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Veja a lista completa de quem já confirmou ou afirmou que não vem.

Quando o G20 foi criado?

O “clube” surgiu no fim da década de 1990, depois de uma crise financeira que começou na Ásia e abalou o mundo.

E foi justamente em outra crise econômica, a de 2008, que o grupo decidiu fazer reuniões periódicas entre os membros.

A que vai acontecer no Rio de Janeiro é a 19ª.

Onde foram as outras cúpulas?

  1. 2008: Washington, Estados Unidos
  2. 2009: Londres, Reino Unido
  3. 2009: Pittsburgh, Estados Unidos
  4. 2010: Toronto, Canadá
  5. 2010: Seul, Coreia do Sul
  6. 2011: Cannes, França
  7. 2012, Los Cabos, México
  8. 2013: São Petersburgo, Rússia
  9. 2014: Brisbane, Austrália
  10. 2015: Antália, Turquia
  11. 2016: Hangzhou, China
  12. 2017: Hamburgo, Alemanha
  13. 2018: Buenos Aires, Argentina
  14. 2019: Osaka, Japão
  15. 2020: Riad, Arábia Saudita
  16. 2021: Roma, Itália
  17. 2022: Bali, Indonésia
  18. 2023: Nova Déli, Índia
  19. 2024: Rio de Janeiro, Brasil

Por que o Rio foi escolhido como sede?

A presidência do G20 é rotativa e muda a cada ano. O Brasil foi escolhido para chefiar o “clube” em 2024 — e cabe ao país-líder organizar a cúpula e definir temas para discussão.

O que o Brasil vai propor?

Sob presidência do Brasil, o G20 transformou três temas em prioridade:

  1. combate à fome, à desigualdade e à pobreza (foi lançada a Aliança Global Contra a Fome);
  2. enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa;
  3. uma nova governança global, para que países emergentes tenham mais representatividade em órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Depois de meses de negociações e incontáveis reuniões, os sherpas, que são os representantes dos chefes de estado, se encontram antes da cúpula para redigir a declaração de líderes do G20 no Rio.

documento que reúne as propostas do G20 sob a presidência brasileira também vai fazer referência aos conflitos mundiais – as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio – com um pedido de paz.

“Nós queremos combater a mudança do clima e reduzir ou eliminar a fome no mundo, mas, para isso, é preciso paz, porque a guerra implica redirecionamento de recursos financeiros e vontade política e atenção política, eu diria, para as causas erradas, que são as causas da guerra. E o que nós queremos é, justamente, ter paz pra poder combater a mudança do clima e combater a fome”, afirma o embaixador Maurício Lyrio, o sherpa brasileiro no G20.”

O G20 aprova leis?

Não, o “clube” não tem nenhum poder legislativo e não tem como impor obrigações. Mas os membros firmam compromissos de políticas econômicas, sociais e de governo.

“O G20, por ser uma organização não formal, ela não tem meios de verificação do cumprimento das metas estabelecidas entre os estados. Ele se sustenta na confiança de que os governos vão cumprir aquilo que comprometeram naquela reunião. Só que isso é impactado por mudanças nos governos, às vezes os ciclos eleitorais trazem mudanças radicais, e isso vai impactar na implementação das medidas e dos acordos chegados no G20”, analisa Fernanda Brandão, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Mackenzie Rio.

Onde serão os eventos do G20 no Rio?

A cúpula com os chefes de Estado foi marcada para os dias 18 e 19 e vai ser no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, na altura da Glória. O espaço passou por uma reforma de R$ 40 milhões.

A Zona Portuária receberá os eventos paralelos.

Quais são os eventos paralelos?

De quinta-feira (14) a domingo (16), haverá três eventos paralelos do G20 (clique nos links para saber mais sobre cada evento):

Eu vou ter o ‘megaferiadão’?

Para facilitar o deslocamento das delegações, foi criado um grande feriado, a fim de “esvaziar” as ruas da cidade.

A “folga” — que não vale para todo mundo — começa na sexta-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República; segue pelo fim de semana, no sábado (16) e domingo (17); avança pela segunda (18) e terça (19)dias determinados como feriados extraordinários devido à Cúpula, e se encerra no Dia da Consciência Negra (quarta, 20).

Não haverá expediente nos órgãos públicos, e os bancos também vão fechar — contas de consumo (como água, energia e telefone) e carnês com vencimento no feriado poderão ser pagos sem acréscimo no 21 de novembro.

Unidades de saúde, a coleta de lixo e algumas indústrias não vão parar; comércio de rua, bares e restaurantes também poderão abrir.

O feriadão será só na cidade do Rio.

O G20 vai fechar ruas?

Sim. Nos dias 17, 18 e 19, o Aterro do Flamengo estará bloqueado para o deslocamento das comitivas.

Outra mudança é a suspensão das áreas de lazer da orla nesses dias, mesmo sendo feriado, para escoar o trânsito.

 O Aeroporto Santos Dumont vai fechar?

Sim. Por medida de segurança, as operações aéreas do Aeroporto Santos Dumont serão interrompidas nos dias 18 e 19, durante a Cúpula do G20.

Segundo o governo federal, as operações comerciais programadas para o aeroporto central do Rio serão redirecionadas para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), de acordo com as diretrizes operacionais das companhias aéreas e a capacidade operacional daquele aeroporto.

A suspensão temporária dos voos foi necessária diante das restrições de mobilidade nas proximidades do Museu de Arte Moderna (MAM Rio), onde será realizada a Cúpula do G20, localizado a 550 metros do Santos Dumont.

 O Rio terá GLO?

Sim, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, publicado na última sexta (8), será válido entre os dias 14 e 21 de novembro e cobrirá áreas específicas da cidade.

Militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica terão poder de polícia no que se refere à segurança das autoridades e comitivas presentes ao evento, nas seguintes regiões da cidade:

  • As imediações do Museu de Arte Moderna, da Marina da Glória e do Monumento a Estácio de Sá, na região do Aterro do Flamengo e da Glória;
  • o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e o entorno dele, a partir da entrada da Ilha do Governador, assim como as vias de acesso – Linha Vermelha e Linha Amarela
  • os locais de hospedagem dos chefes de estado;
  • as vias de circulação das autoridades, tanto nos deslocamentos para os hotéis, quanto para as reuniões;
  • as águas da Baía de Guanabara nestas localidades.