Estamos no ano de 2023, em pleno século XXI e, embora pareça irreal, um sonho ou um pesadelo, a humanidade continua assistindo à dura realidade da vida como ela é. Não é um filme de guerra, uma ficção científica e nem uma nova série da Netflix. É a mais pura verdade, noticiada nos telejornais do Brasil e do mundo. E o que é mais impressionante: sem manifestações de indignação, como se tudo fosse normal, mesmo estando tudo estampado em nossas caras.
Trata-se da relação criminosa de um exército paramilitar poderosíssimo de mercenários, denominado de Grupo Wagner, supostamente com atuação em todo mundo e que servia aos interesses da Rússia, mas que agora se rebela contra Wladimir Putin, o todo poderoso líder da mesma república. Parece enredo dos melhores filmes de ação, mas é uma boa dose da mais pura realidade.
A ilusão do poder e o controle social
O caso é uma demonstração clara de que vivemos uma justiça ilusória, não estamos verdadeiramente amparados por uma suposta segurança jurídica. Ou, mais grave ainda, estamos bastante afastados de uma evolução cívica. Nos mantemos completamente alienados e continuamos a ser controlados por “força ocultas”. O mundo real simula ser civilizado, finge acreditar em normas, leis, diplomacias e relações internacionais que parecem ser racionais, socialmente justas, éticas e morais.
Insistimos em não querer acreditar no real e, com isso, nos tornamos cada vez mais manipuláveis, fingindo que não tem nada a ver conosco, e que isso não acontece aqui. Ao mesmo tempo em que convivemos com discursos como ESG, sustentabilidade, preservação da natureza, dignidade humana, torna-se assustador conviver com um grupo de criminosos escancarado em nossas caras, enquanto cidadãos comuns são presos ou até executados por ousarem reclamar ou discordar de determinados sistemas de governo ou do poder estabelecido. São episódios de usurpação de direitos à base da força bruta, que o mundo civilizado não pode mais aceitar.
A vida como ela é e o que temos a ver com isso
Com isso, continuaremos vivendo como sempre foi. Sem lei e sem ordem, com o verdadeiro poder sendo conquistado a partir da violência, da força e dos interesses movidos pela grana. Viveremos a ilusão de que o poder emana do povo e com isso não percebemos o verdadeiro poder que vem da força bruta, das armas, do medo, do terror, da chantagem, da extorsão, do roubo, do saque. Da vida como ela é. Enquanto isso, insistimos em fingir que não entendemos. Morremos de medo de acreditar que não somos nada, que não temos nada. E isso é de arrepiar, não é mesmo?
Não é de hoje que sabemos das relações e interferências de algumas nações sobre outras. Roubos de ouro e diamantes. Sangue de inocentes derramado. Aqui no Brasil, insistimos em fingir que a Amazônia é apenas uma reserva natural do mundo. Talvez seja até melhor acreditarmos que realmente se trata de um interesse de toda a humanidade. Pelo menos até enquanto a água não passar a ser tão valiosa quanto os diamantes, o ouro, o gás e o petróleo. Não causará espanto se daqui a pouco os indígenas da selva amazônica passarem a ser acusados de possuir armas nucleares e, com isso, criarem-se todos os pretextos para que grupos como o Wagner estejam por aqui. Ou será que já não estão?