Com realidade das ruas, dados da economia e propostas de transformação, evento reuniu lideranças acadêmicas, populares e empresariais na Faculdade de Economia
O auditório da Faculdade de Economia da UFBA foi palco, nesta quinta-feira (11), de um encontro que reuniu vozes da academia, do comércio de rua e de instituições públicas para discutir os desafios e as possibilidades do empreendedorismo informal na Bahia. O workshop Empreendedorismo no Setor Informal: estratégias, oportunidades e os desafios de política pública integrou dados econômicos, experiências populares e proposições de políticas públicas voltadas ao setor.
A mesa de abertura contou com a participação de Henrique Tomé da Costa Mata, diretor da Faculdade de Economia, Isabel de Cássia Ribeiro, presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), e Paulo Cavalcanti, presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB). Em seguida, Cavalcanti apresentou a palestra Apoio ao Empreendedorismo e o Setor Informal na Bahia, na qual abordou os impactos da informalidade na economia e apresentou a tecnologia Marsúpio, voltada ao acolhimento, dignidade, apoio técnico, contábil e formativo a empreendedores informais. “Todo empresário raiz tem o direito de brotar e frutificar”, afirmou.
Na sequência, Anderson Teixeira (Sebrae/BA) apresentou a palestra Pequenos Negócios em Grande Escala: o cenário baiano em dados, com estatísticas e tendências dos pequenos negócios no estado. Maylla Pita, diretora de Empreendedorismo e Afro Negócios da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (SEMDEC), destacou o tema Empreendedorismo e Organização de Atividades Informais em Salvador, com as iniciativas da gestão municipal voltadas ao fortalecimento do comércio de rua e ao empreendedorismo periférico.
Professores do Departamento de Economia da UFBA, como Gervásio Santos e Camila Cardoso, discutiram a organização das atividades informais em Salvador, ressaltando a importância de aproximar a universidade da realidade vivida fora dos muros acadêmicos.
“Nosso objetivo é trazer para a academia o que a sociedade conhece na prática, mais do que a gente conhece nas universidades”, afirmou Gervásio.
O evento também contou com a participação de representantes do setor informal, como Mário Lopes, presidente da Associação Integrada dos Vendedores Ambulantes de Salvador (Assidivam), que relatou sua trajetória de quase quatro décadas nas ruas da cidade. “A gente sabe na prática o que é vender um café para comprar o almoço, vender o almoço para comprar a janta”, declarou, defendendo maior escuta e inclusão dos trabalhadores informais nas políticas públicas.
Isabel de Cássia, do Corecon-BA, reforçou a necessidade de um olhar integrado sobre o tema. “Para você tratar esta informalidade, tem que paralelamente trabalhar a revitalização dos centros comerciais, a segurança pública e a organização mínima desse setor informal”, afirmou.
A atividade foi encerrada com a apresentação do boletim Empreender Melhor, realizada pela graduanda Andreza Batista e equipe da Faculdade de Economia. “Esse boletim é uma forma de devolver à comunidade o conhecimento que estamos construindo juntos. E isso só é possível com parcerias que acreditam na transformação”, disse Andreza.
O workshop foi uma realização do Projeto de Extensão Empresa Júnior de Economia: empreendedorismo e análise econômica da Faculdade de Economia da UFBA, com apoio da Associação Comercial da Bahia, do Corecon-BA e do Sebrae/BA.
