O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi participou do Ciclo de Debates do Núcleo de Educação e Cultura da Associação Comercial da Bahia (ACB), nesta quarta-feira (27), com tema “A Reforma do Ensino Médio e os Desafios da Quarta Revolução Industrial”. Promovido em parceria com o Movimento Via Cidadã, a íntegra do encontro está disponível no canal ACB Lives, no YouTube.
Em uma aula sobre a evolução do sistema educacional, Lucchesi foi enfático ao afirmar que o Brasil é o único país que fez uma revolução industrial e não fez uma revolução educacional. Como analisou, a educação é o caminho para quem deseja dominar as tecnologias, que terão papel central no mundo do trabalho nas próximas décadas. “Não podemos continuar com as escolas do século XX. O modelo atual não está dando certo. Temos que fazer uma revolução no sistema educacional brasileiro, até mesmo para termos empresários melhores amanhã”, pontuou.
Diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e diretor superintendente do Serviço Social da Indústria (SESI), Rafael Lucchesi falou sobre a educação para o trabalho a partir do desenho de novos modelos educacionais e uso intensivo de novas tecnologias. “Nos países europeus mais da metade dos jovens fazem educação profissional junto com a educação regular. 43% dos estudantes do ensino secundário, na União Europeia, optam pela Educação Profissional. No Brasil, apenas 9%. Não haverá qualquer desenvolvimento social e econômico se mantivermos este modelo de país”, exemplificou.
Em sua avaliação, o Novo Ensino Médio abre uma janela de oportunidade ímpar para que o Brasil dê um salto de qualidade na formação de recursos humanos, com a adoção de itinerários formativos que facilitam a integração entre o ensino médio e os cursos técnicos-profissionalizantes, com grande potencial de contribuir para a melhor preparação e inserção dos jovens no mundo do trabalho. “Para a indústria, trata-se de debate da mais alta relevância. Ter profissionais constantemente capacitados será o ponto-chave para as empresas que vão adotar tecnologias”, complementou Lucchesi.
Alinhado ao conteúdo do debate, o presidente da ACB, Mário Dantas, também avalia que a formação e a capacitação profissional são os grandes desafios das empresas. “Nós ainda vivemos uma realidade que apresenta um abismo entre as oportunidades de trabalho e as capacitações profissionais. Precisamos de cursos profissionalizantes para que tenhamos mão de obra mais preparada. Temos uma grande quantidade de cargos no mercado de trabalho que exigem capacitação profissional e que nós não conseguimos preencher.”
Coordenador do Núcleo de Educação e Cultura da ACB, o professor Ney Campello avaliou o encontro como uma reflexão sobre um tema complexo, mas que tem perspectivas claras de mudanças. “A educação é um desafio geracional. Temos exemplos como o Chile, os Tigres Asiáticos, países nórdicos, que começaram a fazer estes investimentos quarenta anos atrás. Mas é possível cultivar vitórias de curto prazo. Se não nos indignarmos com o cenário atual, não vamos conseguir alcançar resultados de longo prazo. É preciso extrair resultados urgentes na educação brasileira.”
O vice-presidente da ACB e diretor do Movimento Via Cidadã, Paulo Cavalcanti, aproveitou o encontro para alertar sobre a necessidade da classe empresarial abraçar a transformação do sistema educacional brasileiro. “A maioria dos nossos empresários não entende que o país seria muito melhor se estivessem cultivando a cultura da participação. Esta é a solução que eu vejo e o motivo da nossa luta. É importante conscientizar os empresários sobre a função social das empresas.”
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