A final da Taça das Favelas Bahia 2025 foi realizada neste sábado, 30 de agosto, no Estádio de Pituaçu, em Salvador. Com disputas nas categorias masculina e feminina, o evento marcou o encerramento da etapa estadual do maior campeonato de futebol entre favelas do mundo. No feminino, a seleção do Recôncavo venceu Cajazeiras por 6 a 0. No masculino, Santa Rita de Cássia bateu Abrantes por 4 a 1.
Mais do que os resultados em campo, a Taça reafirmou sua relevância como espaço de mobilização social, valorização das juventudes periféricas e construção de redes colaborativas entre organizações da sociedade civil.
Criado pela Central Única das Favelas (CUFA), o torneio já envolveu mais de 800 mil jovens em todo o país. Na Bahia, é realizado em parceria com a TV Bahia e integra ações educativas e formativas para atletas e equipes técnicas. As oficinas abordam temas como alimentação saudável, saúde preventiva e educação financeira.
Nesta edição, o Movimento Via Cidadã esteve presente com uma placa interativa contendo QR Code para a assinatura do Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Saúde Pública de Qualidade. A mobilização fez parte da campanha “Saúde Pública de Qualidade é da minha conta, sim!”, que busca engajar a população na defesa de políticas públicas mais eficazes e acessíveis.
Além disso, foi apresentado ao público o Projeto Marsúpio, ferramenta de acolhimento e orientação que prepara o “empreendedor raiz” para caminhar com autoestima, autonomia e dignidade na economia formal, conectando-se às mesmas comunidades envolvidas na Taça.
“Participar da Taça das Favelas significa estar presente onde o direito à cidadania precisa ser garantido de forma concreta. Nossa atuação ali reforça o compromisso com a promoção da saúde, da dignidade e da participação popular como pilares do desenvolvimento social”, afirmou Cris Santos, diretora executiva da Fundação Paulo Cavalcanti e do Movimento Via Cidadã.
A participação do Via Cidadã foi destacada por lideranças da CUFA, que reforçaram a importância das parcerias com organizações comprometidas com o fortalecimento dos territórios populares.
“Poder contar com parcerias como a da Via Cidadã é muito importante para a CUFA Bahia, para o nosso povo, para a população de favela e para toda a nação brasileira”, declarou Márcio Lima, presidente da CUFA Bahia.
“Agradecer à Via Cidadã pela parceria de sempre. Eles têm um trabalho muito bonito, principalmente na área da saúde. Nós abraçamos também essa questão do projeto deles. Saúde pública de qualidade é da minha conta, sim”, completou Thiago Lima, coordenador da CUFA na Região Metropolitana de Salvador.
“É a oportunidade das favelas se mostrarem pro mundo e, é claro, mostrar que sim, as favelas têm talento, que através do esporte a gente pode transformar vidas. Para isso, as parcerias são fundamentais. Sem elas, sem o poder público, nada disso seria possível. A gente precisa muito deles pra mostrar o que há de potência nas favelas”, disse Marcivan Barreto, presidente da CUFA São Paulo.
Com a conclusão da etapa baiana, os atletas agora aguardam a convocação das seleções estaduais que disputarão a fase nacional da Taça das Favelas Brasil. O torneio continua sendo uma vitrine de talentos e, principalmente, uma plataforma de articulação social capaz de integrar esporte, educação, saúde e participação cidadã em uma mesma agenda.