O brasileiro é um povo apaixonado. Defende seu time com fervor, passa meses organizando festas gigantescas e vota incansavelmente para eliminar um participante de reality show. No entanto, quando se trata de decidir os rumos da sua própria vida, da sua cidade, da sua nação, essa paixão se esfria e dá lugar à resignação.
Vamos refletir juntos: o que nos impede de canalizar essa mesma energia para transformar a realidade que nos afeta todos os dias?
O problema não está apenas na participação; reside principalmente na falta de foco dela. Somos excelentes quando nos organizamos para eventos culturais, esportivos e religiosos, mas ainda não compreendemos que deveríamos atuar com o mesmo entusiasmo quando o assunto é a política, a economia e a gestão pública. Gritamos em coro contra um pênalti mal marcado, mas achamos que não é da nossa conta exigir que nossas escolas formem cidadãos preparados para o futuro. Celebramos uma grande festa, mas não nos revoltamos com hospitais superlotados e infraestrutura precária.
Essa dissociação entre paixão e razão tem raízes profundas. Nossa história nos afastou da política e nos fez acreditar que a “coisa pública” não nos pertence. O Estado é visto como algo distante, um problema para os governantes resolverem, e não como um reflexo direto das escolhas – ou da omissão – da sociedade. Esse afastamento nos condena à apatia e ao conformismo, tornando-nos reféns de um sistema que se perpetua porque simplesmente não exigimos mudança.
Mas será que somos mesmo incapazes de participar ativamente? É claro que não!
O problema não é a falta de capacidade, e sim de direcionamento. Se temos a capacidade de lotar estádios, levantar blocos de carnaval e movimentar bilhões de reais em eventos, também temos o potencial de exigir escolas decentes, hospitais equipados e uma administração pública eficiente. O que falta é um despertar coletivo, um novo entendimento de que política não é apenas disputa de partidos – é a nossa vida, é o que determina se teremos um país justo, seguro e próspero.
A verdadeira transformação começa quando trocamos a emoção vazia pela ação concreta. Quando entendemos que ajudar um necessitado na rua é louvável, mas que garantir políticas públicas que tirem milhões da miséria é revolucionário. Que cobrar transparência do governo é tão essencial quanto torcer para o time do coração. Que defender direitos não é ideologia – é sobrevivência.
E aí? Vamos continuar apenas como espectadores ou finalmente assumiremos o nosso papel no comando do nosso país? O Brasil precisa mais do que torcida. Necessita de cidadãos dispostos a agir. Então, ao invés de apenas sentir, que tal começar a fazer?
Venha para o Movimento Via Cidadã e seja você a via de transformação que o Brasil precisa. Acesse: movimentoviacidadã.com.br
Pau na máquina!!!
Artigo escrito por Paulo Cavalcanti