Pesquisa da Ipsos também destaca a desconfiança em relação ao uso de IA nas escolas e restrições ao uso de redes sociais por menores de 14 anos.
A pesquisa Global Education Monitor 2024, que explora as percepções sobre educação em diversos países, revelou que apenas 26% dos brasileiros avaliam o sistema educacional do país como bom.
O número também mostra uma piora em relação aos dados coletados no ano passado. Em 2023, 34% dos brasileiros consideravam a qualidade da educação como boa (uma queda de 8 pontos percentuais na avaliação positiva). Singapura (74%) e Índia (69%) são os países que têm uma visão mais positiva de seus sistemas educacionais.
Enquanto isso, 47% consideram a educação no Brasil ruim. A Hungria lidera o ranking de insatisfação, com 65% de avaliação negativa, Romênia (54%) e Argentina (51%).
Por outro lado, o levantamento conduzido pela Ipsos apontou que 49% dos brasileiros acreditam que a educação desempenha um papel importante na redução das desigualdades sociais.
Desafios do sistema educacional no Brasil e em outros países
Entre os principais desafios apontados pelos brasileiros, o acesso desigual à educação é citado como o maior obstáculo, com 38% dos entrevistados destacando este problema.
Além disso, 35% indicaram a falta de financiamento público como uma grande lacuna, e 33% mencionaram a infraestrutura inadequada das escolas.
Essas percepções variam em outros países: na Argentina, por exemplo, 41% acreditam que o currículo desatualizado é o maior problema, enquanto na França, as salas de aulas lotadas é o principal problema para 45% dos participantes da pesquisa.
Já nos Estados Unidos a segurança nas escolas segue sendo uma das questões mais preocupantes, com 31% das menções.
Desconfiança em relação ao uso de tecnologia e IA nas escolas
A pesquisa também apontou uma crescente preocupação sobre o impacto da tecnologia na educação. Cerca de 28% dos brasileiros acreditam que avanços tecnológicos, incluindo inteligência artificial, terão um impacto mais negativo do que positivo no futuro da educação.
Essa cautela se estende ao uso de IA, como o ChatGPT, em ambientes escolares: 30% dos brasileiros apoiam a proibição, enquanto 34% se opõem. Em contraste, em países como o Canadá e a França, mais de 50% dos entrevistados apoiam a proibição do uso de IA nas escolas.
Restrições ao uso de redes sociais
A opinião pública brasileira está se alinha com a de outros países quando se trata do uso de redes sociais por menores de 14 anos.
O levantamento mostra que 60% dos brasileiros apoiam a proibição do uso de redes sociais por crianças dessa faixa etária tanto dentro quanto fora das escolas, refletindo uma preocupação global sobre os efeitos negativos dessas plataformas no desenvolvimento infantil. O apoio é ligeiramente inferior a países como a França, onde 80% dos entrevistados são favoráveis a essa proibição.
O Global Education Monitor 2024 da Ipsos ouviu 23.754 pessoas em 30 países, incluindo 1.500 respondentes no Brasil, entre 21 de junho e 5 de julho de 2024. A pesquisa foi realizada on-line e os dados foram ponderados para representar o perfil da população de cada país. A margem de erro para o Brasil é de 3.5 pontos percentuais.
Fonte: CNN Brasil